Após uma Primavera de amor, e todo o stress dos exames, regressei a Portugal. Desta vez, sozinha. Iria ser a minha despedida, pensava eu, e por isso, tinha que estar 100% disponível para todas as pessoas que nunca mais iria ver permanentemente.
Tinha terminado mais um semestre do curso com sucesso e já só me restavam 6 meses para a tese final. Estava indecisa entre a decoração de interiores e a Escultura. Eram as minhas duas grandes paixões! Ficava com o Verão todo para pensar no assunto, sem ser influenciada pelo Matt, que queria que enveredasse pela decoração de interiores e, assim, poderiamos formar uma empresa juntos. Eu queria a minha própria identidade, a minha própria área.
Chegada a Lisboa, fui recebida com alegria por todos, especialmente pela minha mãe. Estava feliz por ter a sua única filha de volta a casa. Ela estava desejosa que eu terminasse o curso para me ter de volta, por isso, foi um choque saber que eu ficaria definitivamente em Londres. O meu pai agiu de forma natural e mostrou-me, pela primeira vez, apoio e carinho. Na sua óptica antiquada, eu estava a seguir o caminho certo e a sua atitude fez-me sentir ainda mais segura do que estava a fazer.
Aproveitei ao máximo todo o meu tempo em Lisboa. Passeei pela cidade, revi caras, recordei momentos. Na companhia do meu primo João, revisitei a noite Lisboeta e conheci as novas atracções da nossa cidade que só agora começava a desenvolver-se verdadeiramente. Fiz questão de passar muito tempo com a minha querida Mãe, recolhi mais umas dicas para a cozinha e partilhámos confissões. Diverti-me entre amigos e ainda assisti ao casamento de uma grande amiga minha. Uma boda inesquecível, tal como eu queria que fosse a minha!
Decidi despedir-me de todos os meus amigos com um jantar lá em casa. Não me tinham restado muitos grandes amigos, mas os que o eram, mereciam aqueles momentos. Estive o mais possível com todos, especialmente com o meu primo João. Foi com ele que passei a maior parte da minha infância, foi a ele que confessei os meus maiores medos e todas as expectativas e continuava a contar-lhe tudo, embora na altura em questão, não tivesse o seu apoio em relação ao Matt.
Foi ele que me ajudou a reunir as pessoas e aconselhou-me a convidar o Joaquim. A principio mostrei-me relutante em fazê-lo, afinal nós não eramos amigos. Na realidade tinha receio em vê-lo e mais ainda que ele trouxesse a sua namorada ao jantar. Ia ser estranho vê-los juntos, era estranho vê-lo com outra pessoa que não eu. O João rapidamente percebeu os meus receios, e garantiu-me que ele viria sozinho.
No dia do jantar, fiz questão de que tudo estivesse perfeito. Queria uma despedida em grande. Mal sabia que essa noite mudaria toda a minha vida....
Ass: Rosa