Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2007
O meu nome é Rosa. Sou uma dona de casa, frágil, dependente, mãe de três filhos, atenciosa, paciente, sempre de acordo com os desejos do meu querido marido (mesmo aqueles mais inacreditáveis). Só quero amor, atenção e carinho. É pedir muito?
Vivo o dia-a-dia de qualquer dona de casa, confinada ao mesmo espaço todos os dias, a limpar panelas, coser meias. Os putos dão-me cabo da cabeça, são as maiores pestes. Sujam tudo, berram, partem coisas. Um verdadeiro inferno!!!
E depois à noite chega o Joaquim. Devia ser o homem que eu esperei em pequena, mas limita-se a sujar mais que as crianças.
"Rosa, traz-me os tremoços e uma jola fresquinha, RÁÁÁÁPIDO!!", parece que já o oiço da sua poltrona malcheirosa e rota, em frente à T.V. muito concentrado com o seu glorioso.
Gloriosa esta minha vida, não é?
sinto-me: personificada
música: the used - on my own.